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Entenda os motivos que levam os carros elétricos a dominarem as ruas mais cedo que o esperado

Entenda os motivos que levam os carros elétricos a dominarem as ruas mais cedo que o esperado


Criado: 12 Outubro 2021 | Atualizado: 12 Outubro 2021

Categoria: Carros Elétricos

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Você provavelmente nem dirigiu ainda, muito menos pensou em comprar um, então a previsão pode soar um pouco ousada, mas leia todo o artigo e entenda.

Estamos no meio da maior revolução no automobilismo, desde a época de Henry Ford e sua primeira linha de produção em 1913.

Muitos estudiosos e admiradores da indústria acreditam que o ponto de inflexão está próximo, em muitos países, onde as vendas de veículos elétricos (VEs) irão ultrapassar, muito rapidamente, a venda de carros a gasolina e diesel.

É certamente o que pensam os grandes fabricantes de automóveis pelo o mundo. A Jaguar, por exemplo, planeja vender apenas carros elétricos a partir de 2025, a Volvo a partir de 2030, a empresa britânica de carros esportivos Lotus disse que fará o mesmo, vendendo apenas modelos elétricos a partir de 2028.

Isso não é exclusividade das marcas premium.

A General Motors diz que fará apenas veículos elétricos em 2035, a Ford diz que todos veículos vendidos na Europa serão elétricos, a partir de 2030 e a VW diz que 70% de suas vendas em 2030 também será de VE’s.

Isso não é uma moda passageira, muito menos “greenwashing”

O fato de muitos governos, em todo o mundo, estarem estabelecendo metas para proibir a venda de veículos a gasolina e diesel impulsiona o processo.

Mas o que torna o fim do motor a combustão inevitável é a revolução tecnológica, que tendem a acontecer muito rapidamente.

Revolução Elétrica

Veja a Internet como um exemplo.
O mercado de VE pode ser comparado com a internet por volta dos anos 1990 e início dos anos 2000.

Naquela época, havia um grande burburinho sobre essa coisa nova com os computadores se comunicando um com os outros.

Jeff Bezos havia criado a Amazon, e o Google estava começando a substituir programas como Altavista, Ask Jeeves e Yahoo. Algumas das empresas envolvidas acumularam avaliações de arregalar os olhos.

Para quem ainda não estava conectado, tudo parecia emocionante e interessante, mas irrelevante – quão útil pode ser a comunicação entre computadores? Afinal, temos os telefones!

Mas a internet, como toda nova tecnologia de sucesso, não seguiu um caminho linear para a dominação mundial. Não evoluiu gradualmente, dando-nos todo o tempo para planejar à frente.

Seu crescimento foi explosivo e disruptivo, esmagando negócios existentes e mudando a maneira como fazíamos quase tudo. Seguiu um padrão familiar, conhecido pelos tecnólogos como uma curva S.

Navegando na curva S da internet

A ideia é que as inovações comecem aos poucos, interessando apenas aos mais entusiastas sobre o assunto. Atualmente os VEs estão na extremidade inferior do S.

Para a Internet, o gráfico começa às 22h30 de 29 de outubro de 1969. Foi quando um computador da Universidade da Califórnia em LA fez contato com outro na Universidade de Stanford, a algumas centenas de quilômetros de distância.

Na década de 1990, os mais experientes em tecnologia começaram a comprar computadores pessoais. À medida que o mercado crescia, os preços caíam rapidamente e o desempenho melhorava aos trancos e barrancos- incentivando mais e mais pessoas a se conectar na Internet.

O S está começando a subir aqui, o crescimento está se tornando exponencial. Em 1995, havia cerca de 16 milhões de pessoas online. Em 2001, havia 513 milhões de pessoas.

Agora, existem mais de três bilhões. O que acontece a seguir é que nosso S começa a se inclinar de volta para a horizontal. A taxa de crescimento diminui, pois praticamente todos que desejam estar online, já estão.

Vimos o mesmo padrão de início lento, crescimento exponencial e, em seguida, uma desaceleração para um mercado maduro, como os smartphones, fotografia e até antibióticos.

O motor a combustão, na virada do século passado, seguiu a mesma trajetória. O mesmo aconteceu com as máquinas a vapor e as impressoras. E os veículos elétricos farão o mesmo.

A mudança mais marcante está nos preços

Apenas uma década atrás, o quilowatt-hora de energia da bateria custava US $ 1.000, diz Madeline Tyson, do grupo de pesquisa de energia limpa RMI, com sede nos Estados Unidos. Agora o custo é de $ 100.

Esse é o ponto em que os VEs começam a ficar mais baratos quando comparados aos veículos de combustão, principalmente ao levar em conta o custo do combustível e manutenção. VEs já são mais baratos do que a gasolina ou alternativa diesel. Ao mesmo tempo, a densidade de energia (quanta energia se pode colocar em cada bateria) continua a aumentar.

Assim como a internet nos anos 90, o mercado de carros elétricos já está crescendo exponencialmente. As vendas globais de carros elétricos dispararam em 2020, subindo 43% para um total de 3,2 milhões.

Isso é apenas 5% das vendas totais de carros, mas mostra que os carros a combustão estão entrando na parte de declínio do S. Em 2025, 20% de todos os carros novos vendidos globalmente serão elétricos, de acordo com a última previsão do banco de investimento UBS.

Em 2030 isso vai saltar para 40% e, em 2040 praticamente todo novo carro vendido será elétrico, diz a UBS.

A razão é graças a outra curva - o que os fabricantes chamam de "curva de aprendizagem". Quanto mais fazemos algo, melhor nos tornamos em fazê-lo e mais barato tem que fazer. É por isso que PCs, utensílios de cozinha e veículos a gasolina e a diesel, tornaram-se tão acessíveis.

É exatamente este processo que vem reduzindo o preço das baterias e, consequentemente, dos carros elétricos.

Mas no Brasil ainda há muito para ser feito, principalmente para possibilitar que todo carro vendido seja capaz de recarregar com facilidade e de forma barata.

Isso exigirá trabalho e investimento, mas acontecerá, assim como uma vasta rede de postos de combustíveis surgiu rapidamente para abastecer carros um século atrás.

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Fonte: bbc.com (traduzido e editado)
Autor: Justin Rowlatt

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